segunda-feira, maio 10, 2010

Austeridade é para todos!!!

Por muito que me custe, pois estamos em campos políticos totalmente opostos, ao ouvir as declarações de Francisco Louçã na televisão, sobre quais as medidas que o BE pretende apresentar para ajudar no combate ao défice, dei por mim a pensar que as mesmas até me parecem bastante justas, senão vejamos:
- Uma taxação de 25% para os lucros dos bancos
- A cobrança efectiva de uma taxa sobre as operações em off-shores
- Um novo escalão de taxação sobre os prémios e bonús dos gestores públicos que pode ir até aos 75%, consoante o nível desses bónus.

Quanto à primeira, parece-me que se poderia ir um pouco mais longe, pois a banca tem apresentado, mesmo em tempos de crise, lucros astronómicos graças também a esquemas que os próprios bancos montaram que roçam o limiar daquilo que se pode chamar de usura, sempre com a conivência, peço desculpa, sempre com a pouca fiscalização da entidade (des)reguladora que é o Banco de Portugal.
Pode ser que o novo Governador do BP seja um pouco mais competente que o seu antecessor Vitor Constâncio, pese embora que esse aumento de competência não o levará certamente a vice presidente do BCE.

A segunda medida parece-me interessante, pois se eu que tenho algum aforro e invisto em fundos de risco ou bolsa tenho de pagar imposto sobre as mais valias, porque não deverão os que têm poder financeiro para tal pagar impostos sobre as verbas que deslocam de e para off-shores.

Quanto à terceira, peca por escassa, pois se o estado está em regime de contenção de custos não faz sentido pagar milhões aos gestores públicos (não pensem que estou contra os gestores públicos ganharem milhões, pois os mesmos limitam-se a receber aquilo que o Estado lhes prometeu em troca de determinados resultados).
Explanemos então um pouco mais este meu racíocinio; como diz a voz do povo, "quem não tem dinheiro não tem vícios", ou seja, se o estado está tão depauperado como aparenta, em vez de pagar os valores astronómicos que se veiculam na praça pública a estes supostos suprasumos (não dúvido que alguns sejam realmente competentes, como por exemplo o Paulo de Macedo ou o António Mexia) deveria o Estado investir nalguns dos jovens licenciados desempregados que existem aos pontapés neste país, muitos deles com tantas ou mais capacidades que os anteriores, simplesmente ninguém aposta neles e de certeza que bem mais baratos.

Será pedir muito ou será Politicamente (in)Correcto?

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