quinta-feira, janeiro 14, 2010

Évora: cidade da excelência ou da incompetência?

Ao ler o artigo de Francisco Costa, assessor de José Ernesto Oliveira, hoje publicado no Diário do Sul um sentimento de revolta se me levanta. Sim, revolta, porque os nossos impostos continuam a ser desbaratados com os salários (ou prestações de serviços) principescos que estes “boys” recebem para continuarem a defesa de um PS que aos olhos de todos os eborenses têm ajudado afundar cada vez mais a nossa cidade.
Mais revoltante se torna esta situação quando uma parte dos munícipes desta cidade ainda se deixa enganar por esta gente, atribuindo-lhes uma das coisas que de mais sagrada e mais poder que um cidadão tem, o seu voto.
Mas voltando ao que me levou a escrever esta crónica, sugiro que alguém explique a este assessor do Presidente da CME que é por causa de políticos como ele e de textos como o que hoje foi publicado no DS, que os cidadãos deixaram de acreditar na classe política, principalmente nos políticos profissionais, como é o seu caso.
Gostei especialmente da parte em que segundo este Sr. “Só uma gestão rigorosa e a definição estratégica de prioridades permitiu que a Cidade e todas as Freguesias fossem beneficiadas…”. Só alguém que está desesperado por continuar a tentar iludir os eborenses poderá acreditar numa única palavra, uma vez que, como vem referido no Mais Évora, a listagem de promessas por cumprir é quase infindável e onde os factos desmentem todas as afirmações proferidas. Já agora, espero que este assessor não leve a mal, não maltrate a nossa língua, mas para o texto estar em português correcto deveria ter escrito permitiram na citação que fiz acima.
Segundo este correligionário do Presidente da CME, Évora será uma cidade de excelência mas, segundo todos os factos e dados referentes à nossa cidade desde que o PS chegou ao poder na CME, Évora é certamente uma cidade da incompetência.
Quando o elenco da CME se encontra isolado até dentro do próprio partido e quando a responsabilidade de toda a incompetência é constantemente empurrada para a oposição, resta apenas uma saída digna (se é que sabem o que é dignidade) a este executivo: a demissão.
Será pedir muito ou será Politicamente (in)Correcto?

“WaterGate” Eborense ou o caso do corte do fornecimento de água à cidade

Agora que a poeira assentou ou, mais concretamente os “iões de alumínio” segundo o ainda Presidente da Câmara Municipal de Évora, julgo ser a altura de tecer algumas considerações a este caso e também ao vergonhoso chorrilho de comunicados lançados para a comunicação social por parte de José Ernesto Oliveira e “sus muchachos”.
Comecemos pelo ponto fulcral da questão, que foi o corte do abastecimento de água em plena época de abundância sem qualquer aviso prévio à população. De acordo com as informações oficiais e em teoria, os reservatórios do Alto de São Bento (com capacidade de cerca de 21 mil metros cúbicos de água), conseguiriam abastecer a nossa cidade durante dois dias, mas tal não aconteceu.
Perante esta situação duas questões se me levantam: ou os reservatórios estavam vazios ou o corte do abastecimento foi efectuado dois dias antes do publicamente assumido pela CME. Se os reservatórios estavam vazios, a CME tem de explicar à população o porquê dessa situação, uma vez que a mesma a ter acontecido é anómala; se o corte de abastecimento foi feito dois dias antes do assumido pela CME significa que o elenco camarário já sabia da contaminação da água há mais tempo e que para poder escoar esta, não teve qualquer pejo em fornecê-la à nossa população.
Atendendo a estas duas questões compete ao Sr. José Ernesto Oliveira responder às seguintes questões:
• Estavam ou não os depósitos de Reserva vazios?
• Desde quando soube a CME desta contaminação?
• Existe um Plano de contingência para este tipo de situação? Se existe qual é? E porque não funcionou?
• Em que medida foi afectada a qualidade de vida dos Eborenses?
• Deve a CME pedir desculpa à população em virtude da falta de aviso?
• Quem deve ser responsabilizado pelos danos causados aos comerciantes e à população em geral, a CME ou a Águas do Centro Alentejo?
Passemos então aos comunicados emitidos pelo elenco camarário e seus assessores, cheios de contradições relativamente às informações divulgadas no próprio dia pelo Ministério do Ambiente, pela Quercus e pela Águas do Centro Alentejo, no dia dos acontecimentos.
No dia 06 de Janeiro o ainda Presidente da CME passou o tempo em comunicados aos órgãos de comunicação social (principalmente às televisões) que começaram por indicar como causa provável do corte o rebentamento de condutas até à versão final da contaminação por iões de alumínio devido ao excesso de precipitação e que teria sido uma situação repentina. Qualquer das versões foi prontamente contrariada em comunicados do Ministério do Ambiente e da Quercus, que apontavam para erro humano ao nível do tratamento e em comunicado da Águas do Centro Alentejo no qual é expresso que desde o fim-de-semana anterior (2 e 3 de Janeiro) se sabia que existia contaminação na água do Monte Novo, situação esta que levou a que os municípios de Reguengos de Monsaraz e Mourão deixassem de ser abastecidos pela referida albufeira e passassem a ser abastecidos pela albufeira da Vigia desde essa data.
Se esta última situação for verdadeira, torna-se vergonhosa e inexplicável a posição da CME relativamente Águas do Centro Alentejo, enquanto seu fornecedor de água, uma vez que a CME enquanto cliente desta empresa tem a obrigação e o dever moral de exigir um fornecimento de água de qualidade para os seus munícipes.
Por último, e não quero acreditar que seja verdade a aparência, de que o Sr. José Ernesto Oliveira foi o último a saber de todas os factos que levaram a esta situação, compete ao Presidente da CME responder às questões levantadas pela oposição com a maior urgência.
Será pedir muito ou será Politicamente (in)Correcto?