terça-feira, fevereiro 02, 2010

Orçamento Estado 2010/Despesismo dos Ministros Portugueses

Ao ler a reportagem publicada hoje no Diário de Notícias sobre o OE para 2010, veio-me a cabeça a expressão popular “desavergonhados”, expressão esta que designa pessoas com falta de vergonha na cara, que pensam que enganam os demais.
Como é possível que tantos portugueses continuem a acreditar num (des)governo PS que tem afundado cada vez mais este país, após tantas promessas não cumpridas?
No reportagem em questão, é possível verificar que um (des)governo que nos pede à quase cinco anos para “apertar-mos o cinto”, que congela o aumento dos salários dos funcionários públicos (não que essa situação me incomode uma vez que no sector privado esta situação é normal e justifica-se em tempos de crise) para conter a despesa do Estado, aproveita agora para, e passo a citar, “vai aumentar a factura das suas despesas, em viagens, hotéis, telemóveis, carros e combustíveis em 3,2%... E atenção: estes gastos referem-se ao estrito número de pessoal directamente ao serviço dos 17 ministros e não incluem as contas dos secretários de Estado e demais equipas”.
Ora falemos de valores concretos para se perceber a grandeza dos números. Este aumento de 3,2% significa que se passam cerca de 5,7 milhões de euros em 2009, para cerca de 5,9 milhões de euros em 2010.
Mas como diz o povo “chamemos os bois pelos nomes” e escalpelizemos melhor este aumento, referindo em cada um dos items consagrados para estas contas, apenas os exemplos mais escandalosos:
• Hotéis e viagens – Ministro dos Negócios Estrangeiros
2009 – 122 798€ 2010 – 500 000€
• Telemóveis – Ministra do Ambiente
2009 – 39 000€ 2010 – 80 000€
• Carros – Ministra do Ambiente
2009 – 44 707€ 2010 – 117 000€
• Combustíveis - Ministra do Ambiente(a) e Ministro dos Negócios Estrangeiros(b)
2009 – 19 000€ 2010 – 70 000€(a)
2009 – 4 500€ 2010 – 15 000€(b)
• Horas extraordinárias – Ministro da defesa
2009 – 130 000€ 2010 – 150 000€
• Ajudas de custo - Ministra do Ambiente(a) e Ministro da Presidência(b)
2009 – 5 000€ 2010 – 40 000€(a)
2009 – 925€ 2010 – 4 000€(b)
• Estudos e pareceres – Ministro das Obras Públicas
2009 – 1 500€ 2010 – 43 411€
Estudando os números é possível chegar à conclusão que nalguns casos os aumentos
chegam a ser de mais de 300% relativamente ao ano transacto, o que torna a situação mais vergonhosa. Os defensores do PS, nomeadamente os seus “boys” nos seus blogues “insuspeitos”, irão alegar que existem cortes em algumas despesas e que o aumento, no seu total é apenas de 3,2% mas se tais cortes existem (refira-se que apenas o Ministro das Finanças dá o exemplo e corta a despesa em quase todos os itens) não são suficientes pois um aumento da despesa de 3,2% num ano em que a inflação prevista é de 0,8% continua a ser um aumento bastante grande.

Sugiro aos membros do (des)governo de Portugal que sigam os bons exemplos lá de fora e que também já acontecem em Portugal ( se não estou em erro na CM da Vidigueira) e reduzam os respectivos salários como mais uma medida para combater o défice, como forma de acabarem com o regabofe a que estavam a habituados na legislatura anterior, onde contavam com uma maioria parlamentar que permitiu desvarios deste tipo durante 4 anos, isto é, como forma de dar o exemplo.

Será pedir muito ou será Politicamente (in)Correcto?

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