quarta-feira, novembro 25, 2009

Futuro do PSD

Há uns dias atrás, um amigo dizia-me que “o PSD não se pode dar ao luxo de desperdiçar um activo como o Marcelo Rebelo de Sousa” correndo o risco de inclusivamente poder tornar-se um partido com uma expressão residual tal como o BE ou o CDS-PP, isto a propósito da tão propalada disputa pela liderança do PSD.
Mas, se me é permitido opinar sobre o tema, será realmente assim ou esta ideia que é veiculada dentro do PSD mas também na sociedade civil é apenas mais uma daquelas “verdades absolutas” que os diversos “barões” dentro do partido querem que vingue, de forma a manterem o seu poder e estatuto? A ser realmente uma “verdade absoluta” a possível liderança do PSD por parte do Prof. Marcelo será apenas mais uma para ajudar a afundar um Partido que tem vocação de poder e liderança.
Contudo, se realmente o Prof. Marcelo é um activo de excepção (toda a sociedade lhe reconhece competência e mérito), será que o facto de o mesmo não assumir uma posição clara acerca do possível interesse em liderar os Sociais-democratas, indicia que será um líder do politicamente correcto, isto é, um líder da continuidade e não da mudança, que neste momento é imprescindível para a sua sobrevivência.
Neste momento da vida do nosso país, em que os Portugueses não confiam pura e simplesmente na classe política, o povo anseia por políticos que sejam sérios, que pensem no bem comum, que defendam os cidadãos que os elegem (categorias em que o Prof. Marcelo se enquadra) mas também de políticos que estejam dispostos a assumir posição sobre os temas estruturantes da nossa sociedade, muitos deles temas fracturantes, sem terem medo de serem julgados por não assumirem uma posição de consenso, uma posição politicamente correcta.
É nesta última categoria que tenho muita dificuldade em incluir o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa, independentemente de lhe reconhecer mérito como quase toda a sociedade, uma vez que, até para a sua possível candidatura à liderança do PSD impôs como condição um apoio consensual de todas as facções dentro do partido.
É nesta última categoria que não tenho dificuldade em incluir Pedro Passos Coelho, a quem grande parte das vozes, dentro e fora do PSD, acusam de pouca experiência para levar a cabo uma boa e efectiva liderança do PSD. Mas qualquer um dos mortais, até lhe ser dada a oportunidade de mostrar o seu trabalho, seja em que área for, será inexperiente; mas será por falta de experiência que devemos castrar as novas gerações de poderem mostrar-nos ideias alternativas e, que em último caso, serão capazes de dar a volta à situação e tirar Portugal do buraco em que se encontra e no qual se afunda cada vez mais.
Não será difícil perceber qual o líder que pretenderia ver no PSD, um Partido no qual me filiei por acreditar que a intervenção política (mesmo que sem qualquer ligação a um partido) é um dever de qualquer cidadão, pois ao alhearmo-nos da intervenção política passamos o ónus da decisão para os outros, fazendo com que não tenhamos depois o direito de reivindicar.
Resta a Marcelo Rebelo de Sousa assumir de vez que quer ser líder do PSD, tal como Pedro Passos Coelho já o fez, ou então de uma vez por todas, assumir que se sente mais confortável como o bom (quem sabe se não o melhor ou pelo menos o mais comentado pelos Portugueses) fazedor de opiniões de Portugal.
Será pedir muito ou será Politicamente (in)Correcto?

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