quarta-feira, novembro 25, 2009

(in)Segurança em Portugal

Há uns dias atrás foram divulgados os dados relativos à criminalidade em Portugal e os mesmos apenas me fizeram por a questão que dá título a esta crónica. Embora sejamos um povo de brandos costumes, habituados a uma criminalidade com recurso a pouca violência, vivemos num País violento?
Se atendermos, exclusivamente, aos números divulgados cairia na tentação de dizer que sim mas, será esta leitura correcta?
Portugal, está definitivamente diferente no que concerne à criminalidade a que estávamos habituados mas, posso afirmar com toda a certeza que não é um país violento, apenas um país mais inseguro.
Esta insegurança é uma consequência directa da livre circulação de pessoas que existe no espaço da União Europeia e do fenómeno da Globalização, uma vez que de acordo com os dados divulgados, os crimes mais violentos têm sido perpetrados principalmente por cidadãos estrangeiros (mais habituados a este nível de violência) ou então por jovens portugueses descendentes destes mesmos estrangeiros, através de uma cultura de gangs, que até há poucos anos atrás apenas veríamos no cinema.
Mas este aumento de insegurança no nosso país, não é da responsabilidade total destes cidadãos mas também, do tipo de legislação e Sistema Judicial implantados em Portugal. Não podemos desincentivar a prática de crimes se temos uma legislação inadequada ao tipo de crime praticado (quer em termos de medidas de coacção quer em termos de pena) e se também temos um Sistema Judicial que em grande parte dos casos é obsoleto, que protege na maioria das situações o criminoso e que, indubitavelmente passa a sensação, pelo menos para mim, de que existe uma justiça para os ricos e outra para os pobres.
Aponto ainda um último factor para o crescimento da criminalidade violenta em Portugal sendo este, o facto de termos, na sua maioria, um corpo policial mal preparado física, psicologicamente, mal equipado a todos os níveis (não faz sentido que os agentes e militares das nossas forças de segurança tenham de pagar o seu equipamento de trabalho ou, que no caso de estragarem a farda em serviço, a sua substituição e/ou reparação seja a seu cargo) e mal remunerado (havendo mesmo disparidades entre elementos de diferentes entidades policiais, que em situação semelhante, que podem chegar a 70%).
Pelo exposto, não tenho qualquer problema em afirmar que, comparativamente a outros países Portugal ainda é um país seguro mas que caminha a grande velocidade para deixar de o ser, sendo necessário que o Governo de José Sócrates resolva os problemas indicados, coisa que não fez durante a Legislatura anterior.
Será pedir muito ou será Politicamente (in)Correcto?

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