quinta-feira, dezembro 10, 2009

"Política do Coitadinho"

Ao ler o artigo “Código Político e a Coligação das Oposições” da deputada do PS Paula Deus publicado no Diário do Sul de 10 de Dezembro de 2009 bem como o artigo “Governa quem ganha eleições” colocado pelo seu camarada (se eu fosse comunista não gostaria de ser chamado de camarada tendo estes camaradas como referência) Francisco Costa no seu blogue O Quatro a 9 de Dezembro de 2009, algo de comum se me apresenta.
Ambos os artigos, na sequência da perda da maioria absoluta na AR bem como na manutenção do PS na CME sem maioria, vêm passar a imagem de um PS que em virtude de não saber (des)governar sem maioria (e o que Portugal sofreu durante a última legislatura), faz agora a “Política do Coitadinho” em que por clara falta de ideias e soluções exequíveis sem que os cidadãos sejam mais massacrados com um aumento da carga fiscal, atira as culpas a tudo e a todos na oposição, sobre o que de mal correr nos seus mandatos.
Não me esqueço que quando o PS se encontrava em maioria na AR, alguns dos seus deputados e membros do (des)governo de Portugal dizerem alto e em bom som que o Presidente da República apenas tinha que fazer o seu papel a promulgar ou vetar os diplomas aprovados na AR, uma vez que os mesmos tinham sido votados favoravelmente por uma maioria de deputados. Ora a mesma situação acontece hoje, simplesmente os eleitos que possibilitam a aprovação de diplomas na AR ou na CME, não são todos do PS.
Mas voltando aos artigos em questão, talvez fosse bom que alguém explicasse a estes senhores que quando se (des)governa com a sobranceria e arrogância a que o PS nos habituou, que se tivessem realmente governado (tanto o País como a cidade) com a ideia de atingir um bem comum, de defender quem os elegeu em vez de apenas olharem aos interesses dos seus compadres, talvez agora não necessitassem de tentar desviar a atenção do eleitores para a sua falta de competência, nem necessitassem de apresentar esta falsa humildade, esta “Política do Coitadinho”, este ar de “menino queixinhas” que se diz de mãos atadas para fazer o seu trabalho em virtude das “coligações negativas” (assim apregoadas pelo PS) que pretendem apenas ser um governo (nacional e autárquico) sombra, assim os obrigarem.
Outra das coisas que me irrita (certamente não será só a mim) é o facto de o PS utilizar esta situação de minoria para “chantagear” politicamente a oposição com a ameaça de eleições antecipadas, sendo que esta situação, na óptica do PS, seria culpa da impossibilidade governativa criada pela oposição e não da sua incompetência na procura e implementação de soluções governativas consensuais que visem a melhoria da nossa Cidade e do nosso País.
Já agora, gostaria de corrigir (espero que não leve a mal) a Sr.ª deputada na citação que fez a uma canção, uma vez que a citação correcta da referida canção é : “São os Loucos de Lisboa/Que nos fazem duvidar/ Que a Terra gira ao contrário / E os rios nascem no mar”.
Penso que resta a este PS uma de duas alternativas, tanto a nível nacional como autárquico: ou realmente se começa a interessar pelo bem-estar dos Portugueses e a governar dentro das vicissitudes que um governo sem maioria tem suportar, mostrando se tem a competência necessária para o fazer ou demitem-se, convocando eleições antecipadas e assumindo perante os cidadãos que apenas está interessado em (des)governar em maioria.
Será pedir muito ou será Politicamente (in)Correcto?

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