quarta-feira, dezembro 16, 2009

Mobilidade de/em Évora


Parado num semáforo (que sem se perceber porquê esteve vermelho cerca de 20 minutos) junto ao Rossio, dei por mim a pensar como é que a cidade de Évora se transformou, de uma cidade onde facilmente nos deslocávamos a qualquer sítio, numa cidade com todos os problemas de trânsito e mobilidade que hoje apresenta.
Uma parte da responsabilidade desta mudança cabe claramente a todos os cidadãos (eborenses e visitantes) que nela circulam uma vez que, tal como a maior parte dos portugueses, os eborenses gostam de levar o automóvel até a porta de casa e/ou trabalho e julgam que existe sempre um lugar de estacionamento livre à sua espera.
Ora esta última situação é difícil de acontecer porque, hoje em dia, os lugares de estacionamento (pagos ou não) são manifestamente insuficientes para a quantidade de veículos que na nossa cidade circulam.
A outra parte da responsabilidade cabe naturalmente aos nossos governantes bem como aos gabinetes técnicos (municipais ou privados) que produzem estudos e apresentam (ou não) soluções para estes problemas.
Sendo certo que errar é humano, como é possível que, desde que o PS lidera a CME cada vez que se faz alguma alteração as vias de trânsito ou aos sentidos de circulação das mesmas, a situação piora, levando a que Évora, com pouco mais de 50 mil habitantes, tenha “hora de ponta”!!!!? Se a nossa cidade tivesse alguns milhões de habitantes (ainda bem que não tem) como Luanda, de onde regressei a pouco tempo e onde os problemas de trânsito são realmente preocupantes mas que têm razão de ser, talvez fosse compreensível que tal acontecesse.
Esta situação, na minha opinião, deve-se a duas situações: a incompetência dos referidos gabinetes e à falta de uma política que defenda realmente a mobilidade dos eborenses.
Quanto à incompetência dos serviços pouco há a fazer, uma vez que os mesmos são normalmente compostos por amigos do partido que está no poder e não necessariamente pelos profissionais mais competentes. Este facto leva também a que os bons profissionais que nestes serviços existem tenham alguma dificuldade e receio em implementar soluções diferentes e por vezes mais eficazes, pois estas poderão ser antagónicas com a visão que o elenco executivo da CME defende.
Ora quanto a esta última situação, parece-me que ao executivo do Presidente da CME lhe faltam as ideias e a coragem de implementar ideias (não só neste tema), fazendo com que se torne preocupante a situação em que nos vamos afundando todos os dias.
No que a mim me diz respeito, penso que a circulação de veículos no centro histórico devia ser limitada a transportes públicos, veículos de emergência e veículos de cargas e descargas (apenas em determinados horários).
Com esta restrição à circulação de veículos no centro histórico, poderiam ser aumentadas as zonas exclusivamente pedonais, podendo também ser incentivado um maior uso de bicicletas por parte dos cidadãos, modelo utilizado na Holanda há já muitas décadas.
Mas para que este modelo funcione, é necessário que exista uma rede de transportes públicos eficiente e de qualidade, o que manifestamente não acontece na nossa cidade.
Penso que é tempo de os eborenses tomarem uma posição e exigirem ao executivo liderado pelo José Ernesto Oliveira uma posição concreta, um plano para que o caos que temos de suportar diariamente termine.
Será pedir muito ou será Politicamente (in)Correcto?

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